Passos rápidos, todo em cinza, taça na mão e os últimos goles do vinho amargo. No reflexo confere a porra que marca o shorts na altura da cabeça do pau. Corta caminho através do ar abafado sob os toldos das lojas populares e, até dobrar a esquina, não faz ideia da razão dos passos largos e a preocupação com as nuvens no céu. Ao ver a porta de aço abaixada mostra-se inseguro quanto a localização quando, no estabelecimento ao lado, pergunta:
— E a pastelaria?
— Fechou! — responde prontamente o comerciante, ao longe e de trás do balcão refrigerado.
— Fechou?! Mas quando?
— No fim da semana.